A ação coletiva das cinco prefeituras do Extremo Sul da Bahia contra Vale, BHP Brasil e Samarco expõe um cenário de urgência. O valor de R$ 780 milhões é simbólico diante da magnitude dos prejuízos acumulados desde 2015.
Os impactos da lama tóxica não foram passageiros. Ao contrário, eles corroem de forma silenciosa a vida cotidiana. A queda drástica da pesca reduziu drasticamente a renda das famílias ribeirinhas e litorâneas. O turismo, motor econômico de cidades como Prado e Alcobaça, nunca voltou ao patamar anterior. A biodiversidade marinha segue em processo lento de recuperação, e o medo da contaminação persiste.
As prefeituras denunciam que o acordo de Repactuação ignorou completamente as vozes do Extremo Sul. Essa exclusão gera revolta e reforça a percepção de que os municípios baianos foram tratados como danos colaterais de uma tragédia.
O processo judicial é mais que um pedido de dinheiro. É uma convocação à responsabilidade. As mineradoras faturam bilhões, mas insistem em protelar o reconhecimento dos danos causados. Enquanto isso, a população paga a conta com desemprego, queda da arrecadação e incertezas sociais.
